segunda-feira, 24 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Entrevista com Rainer Cadete: dos palcos brasilienses para as telinhas da Globo
Entre o Rio de Janeiro e Brasília, o ator mostra como se virou para alcançar o sonho almejado.
Quem não se lembra do doutor Rafael Nero, advogado da novela
Amor à Vida que encantou os telespectadores com o emocionante e
comovente romance com a autista Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer?
O “advogado” que brilhou no horário nobre na TV Globo é de Brasília,
mais precisamente da cidade de Samambaia.
Ator desde os 13 anos de idade, Rainer Cadete, hoje com 27, saiu
diretamente dos palcos da capital federal para brilhar nos estúdios do
Projac da TV Globo, no Rio de Janeiro. Prata da casa, Rainer é modelo,
ator, produtor cultural e já tentou ser psicólogo. Chegou, inclusive, a
cursar até o 8º semestre de Psicologia. Tem uma rotina intensa e vive na
ponte aérea Rio, São Paulo e Brasília, cidade com a qual mantém forte
ligação, principalmente por conta do seu filhinho, Pietro da Cunha
Cadete, com a atriz e ex-mulher Aline Alvez.
Com mais de 10 peças no currículo, uma carreira de modelo traçada em
Roma e participação em cinco programas e novelas da Globo, Rainer
conseguiu alcançar o sucesso e fama que muitos atores almejam.
Em entrevista ao Jornal de Brasília, o ator conta sua trajetória e
ressalta o prazer de atuar com “grandes nomes” . Ele não deixa também de
realçar sua relação com Brasília, cidade que ama, acima de tudo. Tudo
isso, com uma simpatia e humildade só dele.
De onde vem sua paixão pelo teatro?
Desde os 13 anos de idade eu gostava de teatro e pensava em ir para o
Rio de Janeiro. Na época, no entanto, me mudei para Roma e fiquei mais
ou menos um ano e meio fazendo cursos de modelo. Quando voltei, resolvi
me matricular no curso da diretora Adriana Lodi, no antigo Espaço
Cultural Renato Russo. Ela é minha grande mestra. Fiquei quatro anos com
a “Dinha” (apelido carinhoso de Adriana), fiz várias peças aqui em
Brasília, alguns comerciais. Depois, com 18 anos, resolvi me arriscar e
me mudei com minha ex-mulher para o Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro a concorrência é bem maior. Como foi sua chegada na cidade e como foi seu primeiro contato com a Rede Globo?
Não foi fácil. A gente rala mesmo. Cheguei a dividir apartamento com
cinco pessoas. Na época, eu cursava psicologia no UniCeub e transferi
para Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro. Mas,
paralelamente, como eu queria ser ator profissional, matriculei-me na
CAL, o curso profissionalizante de teatro de Laranjeiras. Fazia ao mesmo
tempo ainda muitos testes para comerciais porque estava precisando de
grana e não conhecia ninguém. Cheguei até a ser maltratado em uma
agência quando fui me inscrever. Já chegaram dizendo: Nós não vamos te
colocar em novela. Mas, com o tempo, fui me firmando e me chamaram para
fazer teste para a Oficina da Globo.
Mas para realizar esses testes, você precisa ser convidado...
Sim. Os chamados “olheiros” me viram na agência de modelo e em
peças. Fui convidado, fiz o teste e passei sete meses dentro do Projac
estudando. De repente, me chamaram para fazer o teste para a novela das
19h, Caras & Bocas. Passei e fiz apenas o primeiro capítulo como a
versão jovem de Gabriel, personagem interpretado nos outros capítulos
pelo ator Malvino Salvador. O interessante é que todo mundo é obrigado a
ver o primeiro capítulo da novela, não é? Tem aquela coisa do clima de
primeiro dia da trama. E esse primeiro capítulo foi reprisado inúmeras
vezes. Foi quando meu rosto começou a ficar conhecido e nunca mais parei
de fazer testes para novelas e filmes.
Em Amor à Vida seu personagem cresceu de uma forma impressionante... Como foi esse crescimento?
Foi uma surpresa. Primeiro, eu iria interpretar um advogado e não
entendia nada de Direito. Comecei a frequentar aulas nas universidades,
conversei com vários advogados. Depois, o diretor Mauro Mendonça Filho
me contou que ia rolar uma história a mais: o casal com a Linda,
personagem de Bruna Linzmeyer. E foi essa história de comoção nacional.
Foi muito importante e emocionante fazer. E os caminhos das novelas são
como os da vida. Uma passagem aberta, que nos surpreende.
E como foi construir esse romance com a Linda e lidar de uma forma tão bela e pura com o autismo?
Como fiz Psicologia, sempre fiquei tocado com as histórias dessas
pessoas que ficam ainda às margens da sociedade. Eu e a Bruna Linzmeyer
tínhamos consultas com uma psicóloga e fazíamos leituras e preparos de
cena com o grande diretor Sérgio Penna. Foi precioso viver essa história
e levar o tema para as pessoas pensarem. Abracei a causa com emoção.
Qual foi a sensação de atuar ao lado de gigantes do teatro e da televisão?
Minha primeira cena de gravação em Amor à Vida foi junto com três
atores que admiro muito: Mateus Solano, Antônio Fagundes e Marcello
Antony. Imagina ver o famoso Félix de camarote? Era mais que especial,
aprendi muito. Eu tremi nas bases na hora, mas, claro, tentei segurar e
na hora do “gravando” fiz. Eles me deram muito apoio. Foi fantástico.
E Brasília... Como é sua relação com a cidade?
Eu venho sempre a Brasília. Afinal, meu filho que é minha vida mora
aqui. Tenho e estou sempre em projetos e peças na cidade também. Não
deixa de ser minha casa, que amo. Por isso, vivo na ponte Rio, Brasília e
São Paulo.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)